quinta-feira, 24 de junho de 2010

Dia das Lanternas acesas.

Hoje tem festa de São João Batista. Meninas fazem simpatias procurando saber com quem e quando vão casar e depois fazem pedidos ao santo considerado casamenteiro.

Mais novo seis meses que seu primo Jesus, João foi um personagem bíblico típico e original. Se tornou um profeta na Judeia, se alimentou de gafanhotos e de mel no deserto, se vestiu com peles de camelo, pregou a vinda de um messias e introduziu a ideia do batismo pela água como um passo para a salvação.

Era um castigador da hipocrisia e da imoralidade. E pagou com martírio seu rigor moral. Sua cabeça foi servida numa bandeja à Salomé.

É o único santo a quem a Igreja Católica dedica festividade de nascimento. Além é claro de Jesus e de Maria.

Inicialmente, nos países europeus, esta festa chamava-se Joanina. Mas depois que chegou ao Brasil se tornou junina. Foi trazida pelos portugueses e logo incorporada aos costumes dos povos indígenas e escravos.

O aipim, o milho, forró, boi-bumbá entre outros, são influências brasileiras à festa. Dos franceses, tem a quadrilha inspirada na dança da nobreza europeia. A dança-de-fitas, é de Portugal e da Espanha. Enquanto que os fogos de artifício, foram trazidos pelos chineses.

Mas o maior símbolo dessa festa para os católicos é a fogueira. Isabel combinou com Maria que quando João nascesse ela acenderia uma fogueira sobre o monte para que a prima viesse ajudá-la. E assim foi feito.

As festividades do mês de junho já existiam no Hemisfério Norte em rituais pagãos para fertilidade do solo, aumento das colheitas e até para fazer chover. A fogueira também era acesa mas com o intuito de espantar os maus espíritos das plantações.

Já no Antigo Egito, invocava-se a luz e a força de Ísis para atrair renovação. As sacerdotisas da deusa desciam ao templo carregando lanternas que simbolizavam o momento em que Ísis chamou a Lua para ressuscitar seu amado Osíris.

Bem se vê que 24 junho é um dia iluminado. Fogueiras, lanternas, fogos de artifícios e tem mais. Foi neste dia que aconteceu a primeira aparição de Nossa Senhora de Medjugore, em 1981, na Iugoslávia.

Pelo visto, não é só São João que vai brilhar essa noite. Mas além de Ísis, Nossa Senhora, tem também a santa dos ciganos, Sara Kali. Em nome dela haverá uma corrente pela paz no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador / RJ, para a construção de um mundo melhor. Para quem puder ir, a corrente será feita às 16 horas com queima de karma, bençãos e consagração das pessoas com pães, vinhos e frutas. Veja a programação aqui.

A paróquia de São João Batista no Rio também terá uma programação especial para hoje e nos próximos dias. Confira.

A imagem 1 veio daqui.
A imagem 2 veio daqui.

2 comentários:

  1. Adorei tudo, inclusive a história e a tradição da fogueira.
    Na época do apagão, acendíamos em junho uma linda fogueira e ficávamos todos, família e empregados, a noite em torno dela. Momentos inesquecíveis.
    Ah e ainda torrávamos o milho e o salsichão.
    Adoro São João Batista.

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  2. Que lembrança gostosa, Eliane.

    O fogo é capaz de nos proporcionar momentos mágicos, não é verdade, como esses que vc viveu.

    O fogo é um dos elementos indispensáveis para que a magia se concretize. Pode ser até na forma de um incenso aceso.

    Se você reparar, as tradições antigas sempre tinham em seus rituais ou uma fogueira, pira, velas acesas... a igreja católica, por exemplo, usa velas e até defumadores em suas missas. É um ritual de magia religiosa. Porque o objetivo da missa é elevarmos o nosso espírito para comungarmos com O mais Alto. Além de alcançarmos uma transcendência de paz, união, amor fraterno com todos ali presentes.

    E era o que a sua fogueira proporcionava naqueles momentos. Uma transcendência com todos que participavam dela. Que magia boa vocês faziam, rsrsrsrs.

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