Quando ouvimos o nome Thomas More, a primeira associação que nos vem à cabeça é o seu livro mais célebre: Utopia. Muito raro alguém comenta: foi um santo homem. Ou melhor: é um santo.
Mas é a pura verdade. É um santo. Foi canonizado em 1935 pelo Papa Pio XI.
Não chegou a ser padre mas morou quatro anos num mosteiro. O suficiente para decidir-se pelo matrimônio. Tinha muito bom humor, era caseiro e dedicado à família.
Usava por baixo de suas roupas uma camisa cilício, especie de cinto de martírio que possui arames para mortificação do corpo.
Mas a sua santidade não teve origem só nessa penitência. Nem no fato de levantar-se todos os dias para rezar e estudar às duas horas da madrugada e assim ficar até às sete horas da manhã, quando ia à missa.
Thomas More nasceu em Londres, na Inglaterra, em 1478. Aquariano, foi homem de estado, diplomata, escritor, advogado e juiz. Ocupou vários cargos públicos, e em especial, o de Chanceler do Reino de Henrique VIII da Inglaterra.
Tudo começou quando Henrique VIII fundou o anglicanismo, religião oficial da Inglaterra, para poder se casar de novo contrariando todas as leis da Igreja que se baseiam no Evangelho, e que reconhece a indissolubilidade do matrimônio.
More era católico fervoroso e não aceitou a nova religião. Pediu demissão de seu cargo e não foi à coroação de Ana Bolena, nova esposa do rei, e por isso não prestou juramento de fidelidade aos descendentes do casal. Por esse motivo, Henrique VIII condenou More à prisão perpétua e depois à morte por crime de alta traição. Foi decapitado em 1535.
A sua execução foi considerada uma das mais graves e injustas sentenças aplicadas pelo Estado contra um homem de honra. No momento da execução suplicou aos presentes que orassem pelo monarca e disse que "morro como bom servidor do rei, mas de Deus primeiro."
Pela sua fidelidade à Igreja é à própria consciência, More foi considerado um mártir e assim chegou à canonização. Ele representa a luta da liberdade individual contra o poder arbitrário.
No ano 2000, São Thomas More foi declarado "Patrono dos Estadistas e Políticos" pelo Papa João Paulo II. Viveu a sua intensa vida pública com humildade simples, caracterizada pelo proverbial «bom humor» que sempre manteve, mesmo na iminência da morte. É considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento.
Tinha profunda paixão pela verdade. O homem não pode separar-se de Deus, nem a política da moral, eis a luz que iluminou a sua consciência.
Oração para pedir o bom humor.
Senhor, dai-me uma boa digestão e também algo para digerir.
Daí-me a saúde do corpo e o bom humor necessário para mantê-la.
Daí-me senhor, uma alma simples que saiba aproveitar tudo aquilo que é bom e que nunca se assuste diante do mal, mas, pelo contrário, encontre sempre uma maneira de pôr cada coisa no seu lugar.
Daí-me uma alma que não conheça o tédio, as murmurações, as mágoas e as lamentações; e não permiti que me preocupe excessivamente com aquela coisa complicada demais que se chama “eu”.
Daí-me senhor, o senso do bom humor.
Concedei-me a graça de apreciar tudo o que é divertido para descobrir na vida um pouco de alegria e também para partilhá-la com os outros.
Amém.
São Thomas More.
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Esta oração é mais que uma benção. É divina!!!!!
ResponderExcluirSe eu tivesse vindo cedinnho aqui, não mergulhria em tantos desvaneios...rsrsrsrs
"...aproveitar tudo o que bom, não e assustar diante do mal e bom humor." Muito bom humor.
Nossa, adorei Cecile. Um beijo e ótima terça.
Bom dia Eliane!
ResponderExcluirEu não conhecia esse lado bem humorado de Thomas More. Até nos momentos mais difíceis ele fazia as pessoas sorrirem. Acho que ele pinçava um pontinho de luz na escuridão, mesmo que ínfimo, e o valorizava. Nos mostra que nem todos os problemas, as dificuldades, não têm um lado que não possamos achar uma brecha para os enfretarmos com fé, coragem, dignidade, sabedoria... tudo vai depender da forma como olharmos para eles.
Vamos à luta com bom humor! ou pelo menos tentar. Beijos, Eliane, e boa terça também!