Charbel Makhlouf foi um monge maronita libanês declarado
santo pela Igreja Católica. Nasceu a 8 de maio, em 1828, numa aldeia que ficava na parte mais alta do
Monte Líbano. Batizado com o nome de Youssef (José), Charbel, desde pequeno, ouvia
uma voz interior que lhe dizia “deixa tudo e segue a Cristo para ganhar tudo”.
Quando jovem, tinha o hábito de rezar em grutas o que mostra que desde cedo a
sua opção por uma vida de eremita já se pronunciava.
Aos 23 anos de idade sentiu forte o chamado de ser monge e
seguiu seu caminho. Saiu de casa sem se despedir de sua mãe pois sabia que
esta, sofreria muito com a separação. Em sua nova vida, fez votos de pobreza,
castidade e obediência. E foi quando quis passar a se chamar Charbel, em
homenagem a um mártir do oriente que viveu no século II.
Entrou para o Mosteiro de Nossa Senhora, em Mayfouq, na
Ordem Libanesa Maronita. Após seis anos de preparação, foi ordenado padre e foi
viver no Mosteiro de Annaya. Era um monge bem humilde que levava uma vida em
comunidade de trabalho no campo e de dedicação à oração e à penitência. Aos 47 anos de idade, Charbel foi autorizado
a morar num eremitério. A vida monástica no oriente atinge o seu auge numa vida
solitária. Segundo as normas da Ordem Libanesa Maronita, o eremita permanece
sob a jurisdição do superior do convento, fazendo parte da comunidade e das suas
obrigações religiosas.
Quando vivo, operou muitos milagres
curando doentes e protagonizando histórias que ficavam evidente o seu poder
sobrenatural. Certa vez, quando estava no campo aproximou-se uma cobra dos
trabalhadores ameaçando atacá-los. Eles tentaram mas não conseguiram nem
afugentá-la ou sequer matá-la. Começaram a pedir a ajuda de Charbel, que já
nessa época era conhecido pelo poder que tinha de controlar situações
embaraçosas. São Charbel, que estava perto de onde o perigo se manifestara, se
aproximou da cobra e com um gesto feito no ar com uma das mãos, a imobilizou. E
disse-lhe: “Vá embora daqui, ó bendita”. A cobra então passou por ele e foi
embora.
Em 1898, ao fazer uma celebração da Santa Missa, em que
recitava uma prece dizendo “Pai da Verdade, eis o Vosso filho, vítima do Vosso
agrado, aceitai-o!”, teve uma parada cardíaca. Veio a falecer oito dias depois,
na véspera de Natal, aos 70 anos de idade.
No ano seguinte à sua morte, transferiram seu
corpo para um sepulcro mais honroso e para isso tinham que abrir seu túmulo.
Sete pessoas testemunharam que o corpo de São Charbel estava intacto. Suas mãos
repousavam sobre o peito segurando o crucifixo. Parecia um homem adormecido. O
túmulo foi aberto outras vezes mas sempre por duas comissões sendo uma
eclesiástica e outra médica. E em todas as aberturas, (nos anos 1901, 1909,
1926, 1927, 1950, 1952, 1955 e 1965) o corpo estava sempre flexível e com
aspecto de transpiração. Havia uma umidade ao redor dele.
Após ser beatificado, em 1965, seu corpo começou o processo de decomposição. E quando, em 1976, o túmulo foi aberto novamente para o processo de canonização, só restava o esqueleto, que apresentava uma cor rosada como o vinho. Foi canonizado a 9 de outubro de 1977 pelo Papa Paulo VI.
Sua festa litúrgica é comemorada no dia 24 de julho. São
Charbel Makhlouf é padroeiro do Líbano e
conhecido como monge eremita. É tido como o símbolo da união entre o oriente e
o ocidente e é o
primeiro confessor venerado do oriente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário