sexta-feira, 24 de julho de 2020

Santo Charbel Makhlouf


Charbel Makhlouf foi um monge maronita libanês declarado santo pela Igreja Católica. Nasceu a 8 de maio, em 1828, numa  aldeia que ficava na parte mais alta do Monte Líbano. Batizado com o nome de Youssef (José), Charbel, desde pequeno, ouvia uma voz interior que lhe dizia “deixa tudo e segue a Cristo para ganhar tudo”. Quando jovem, tinha o hábito de rezar em grutas o que mostra que desde cedo a sua opção por uma vida de eremita já se pronunciava. 

Aos 23 anos de idade sentiu forte o chamado de ser monge e seguiu seu caminho. Saiu de casa sem se despedir de sua mãe pois sabia que esta, sofreria muito com a separação. Em sua nova vida, fez votos de pobreza, castidade e obediência. E foi quando quis passar a se chamar Charbel, em homenagem a um mártir do oriente que viveu no século II. 

Entrou para o Mosteiro de Nossa Senhora, em Mayfouq, na Ordem Libanesa Maronita. Após seis anos de preparação, foi ordenado padre e foi viver no Mosteiro de Annaya. Era um monge bem humilde que levava uma vida em comunidade de trabalho no campo e de dedicação à oração e à penitência.  Aos 47 anos de idade, Charbel foi autorizado a morar num eremitério. A vida monástica no oriente atinge o seu auge numa vida solitária. Segundo as normas da Ordem Libanesa Maronita, o eremita permanece sob a jurisdição do superior do convento, fazendo parte da comunidade e das suas obrigações religiosas. 

Quando vivo, operou muitos milagres curando doentes e protagonizando histórias que ficavam evidente o seu poder sobrenatural. Certa vez, quando estava no campo aproximou-se uma cobra dos trabalhadores ameaçando atacá-los. Eles tentaram mas não conseguiram nem afugentá-la ou sequer matá-la. Começaram a pedir a ajuda de Charbel, que já nessa época era conhecido pelo poder que tinha de controlar situações embaraçosas. São Charbel, que estava perto de onde o perigo se manifestara, se aproximou da cobra e com um gesto feito no ar com uma das mãos, a imobilizou. E disse-lhe: “Vá embora daqui, ó bendita”. A cobra então passou por ele e foi embora. 

Em 1898, ao fazer uma celebração da Santa Missa, em que recitava uma prece dizendo “Pai da Verdade, eis o Vosso filho, vítima do Vosso agrado, aceitai-o!”, teve uma parada cardíaca. Veio a falecer oito dias depois, na véspera de Natal, aos 70 anos de idade.


No ano seguinte à sua morte, transferiram seu corpo para um sepulcro mais honroso e para isso tinham que abrir seu túmulo. Sete pessoas testemunharam que o corpo de São Charbel estava intacto. Suas mãos repousavam sobre o peito segurando o crucifixo. Parecia um homem adormecido. O túmulo foi aberto outras vezes mas sempre por duas comissões sendo uma eclesiástica e outra médica. E em todas as aberturas, (nos anos 1901, 1909, 1926, 1927, 1950, 1952, 1955 e 1965) o corpo estava sempre flexível e com aspecto de transpiração. Havia uma umidade ao redor dele. 

Após ser beatificado, em 1965, seu corpo começou o processo de decomposição. E quando, em 1976, o túmulo foi aberto novamente para o processo de canonização, só restava o esqueleto, que apresentava uma cor rosada como o vinho. Foi canonizado a 9 de outubro de 1977 pelo Papa Paulo VI. 
Sua festa litúrgica é comemorada no dia 24 de julho. São Charbel Makhlouf  é padroeiro do Líbano e conhecido como monge eremita. É tido como o símbolo da união entre o oriente e o ocidente e é o primeiro confessor venerado do oriente.

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