Santa Narcisa de Jesus
mostra um caminho de perfeição cristã e oferece um exemplo de uma vida dedicada
a Deus e aos irmãos, nas palavras do Papa Bento XVI, quando a canonizou em 12
outubro de 2008.
Narcisa nasceu em 1832
numa família católica e abastada financeiramente. Moravam numa fazenda no
povoado de Nobol, província de Guaias, no Equador. Sua mãe faleceu quando
Narcisa tinha 4 anos de idade. Com a ajuda de uma professora particular e de
sua irmã mais velha, aprendeu a ler, escrever, tocar violão e até a cozinhar. E
mesmo sendo pequena, era a sexta de nove irmãos, ajudou a cuidar dos irmãos
mais novos e mais tarde a educa-los.
Quando fez sete anos, foi
crismada e passou a dedicar longas horas do seu dia à oração. Havia uma
goiabeira perto da fazenda onde costumava passar horas sob a sua sombra
rezando. Seu pai vendo a dedicação com que Narcisa se debruçava a oração,
reservou um dos aposentos da casa para que servisse de “capela”. Narcisa
colocou ali uma imagem esculpida em madeira, do menino Jesus.
Aos 15 anos de idade,
aprendeu a costurar, arte pela qual desenvolveu o domínio de tecer e bordar.
Costurava para sua família e também na casa dos vizinhos. Mais tarde, todo o
dinheiro que ganharia com as costuras e os bordados, seria doado para os pobres e
desafortunados.
Três anos depois, seu pai
faleceu e Narcisa se mudou para Guayaquil onde viviam alguns parentes. A casa
onde foi morar ficava ao lado da catedral e foi onde passou a trabalhar dando
aulas de catecismo para crianças e jovens. Se desfez de seus bens materiais
herdados da família para ajudar os necessitados.
Também
foi nessa cidade que Narcisa encontrou uma amiga de infância, Mercedes Molina,
e passou a ajudá-la na tarefa de cuidar de um orfanato. Narcisa além de
participar na formação das crianças, também confeccionou as indumentárias delas.
Durante toda a sua vida,
a dedicação que tinha à oração, penitência e caridade, a fez ser convidada, em
1868, a morar num convento dominicano em Patrocínio, em Lima, no Peru. Foi
nesse convento que, tendo intensificado suas orações e penitências, teve uma
visão de Jesus lhe mostrando seu coração e dizendo: Jamais concedi igual graça
a uma alma.
No ano seguinte, Narcisa
novamente vislumbrou não só Jesus, mas também Nossa Senhora. Eles lhe pediram
que manifestasse alguma graça que desejasse obter. Narcisa pediu pelos mais
necessitados e também rogou que fosse logo para o Céu. E foi após essa
revelação, que Narcisa, então com 37 anos de idade, ficou doente e faleceu em
poucos mais de dois meses.
Após
a sua morte, ficaram conhecendo a verdadeira vida que Narcisa levava na reserva
de sua cela, como eram chamados os quartos dos religiosos. Ela tinha feito voto
privado de castidade perpétua, pobreza, obediência, clausura, jejum de pão e
água, comunhão diária, confissão, mortificação e oração. Os médicos que a
assistiram nos seus últimos dias, ficaram surpreendidos de que tivesse vivido
com tão pouco alimento por tanto tempo.
Narcisa
foi beatificada em 25 de outubro de 1992 pelo Papa João Paulo II e canonizada
em 12 de outubro de 2008 pelo Papa Bento XVI. É a terceira santa equatoriana. O
dia da sua festa litúrgica é 30 de agosto.
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