O capacete é a defesa da
cabeça em que a vida situa a sede de manifestação do pensamento e Paulo não
podia lembrar outro símbolo mais adequado à vestidura do cérebro cristão, além
do capacete da esperança na salvação.
Se o sentimento, muitas vezes,
está sujeito aos ataques da cólera violenta, o raciocínio, em muitas ocasiões,
sofre o assédio do desânimo, à frente da luta pela vitória do bem, que não pode
esmorecer em tempo algum.
Raios anestesiantes são
desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por todas as forças contrárias ao
Evangelho salvador.
A exigência de todos e a
indiferença de muitos procuram cristalizar a energia do discípulo,
dispersando-lhe os impulsos nobres ou neutralizando-lhe os ideais de renovação.
Contudo, é imprescindível
esperar sempre o desenvolvimento dos princípios latentes do bem, ainda mesmo
quando o mal transitório estenda raízes em todas as direções.
É necessário esperar o
fortalecimento do fraco, à maneira do lavrador que não perde a confiança nos
grelos tenros; aguardar a alegria e a coragem dos tristes, com a mesma
expectativa do floricultor que conta com revelações de perfume e beleza no
jardim cheio de ramos nus.
É imperioso reconhecer,
todavia, que a serenidade do cristão nunca representa atitude inoperante, por
agir e melhorar continuadamente pessoas, coisas e situações, em todas as
particularidades do caminho.
Por isso mesmo, talvez, o
apóstolo não se refere à touca protetora.
Chapéu, quase sempre, indica
passeio, descanso, lazer, quando não defina convenção no traje exterior, de
acordo com a moda estabelecida.
Capacete, porém, é
indumentária de luta, esforço, defensiva.
E o discípulo de Jesus é um
combatente efetivo contra o mal, que não dispõe de muito tempo para cogitar de
si mesmo, nem pode exigir demasiado repouso, quando sabe que o próprio Mestre
permanece em trabalho ativo e edificante.
Resguardemos, pois, o nosso
pensamento com o capacete da esperança fiel e prossigamos para a vitória suprema
do bem.
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