Todo ensinamento do Divino
Mestre é profundo e sublime na menor expressão. Quando se dispõe a contar a
parábola do semeador, começa com ensinamento de inestimável importância que
vale relembrar.
Não nos fala que o semeador
deva agir, através do contrato com terceiras pessoas, e sim que ele mesmo saiu
a semear.
Transferindo a imagem para o
solo do espírito, em que tantos imperativos de renovação convidam os obreiros
da boa-vontade à santificante lavoura da elevação, somos levados a reconhecer
que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio, a fim de
beneficiar corações alheios.
É necessário desintegrar o
velho cárcere do “ponto de vista” para nos devotarmos ao serviço do próximo.
Aprendendo a ciência de nos retirarmos
da escura cadeia do “eu”, excursionaremos através do grande continente
denominado “interesse geral”. E, na infinita extensão dele, encontraremos a
“terra das almas”, sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de
pedras ou intoxicada de pântanos, oferecendo-nos a divina oportunidade de agir
a benefício de todos.
Foi nesse roteiro que o Divino
Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do auxílio
entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de
Nazaré e dos doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores
simples, dos justos e dos injustos, ricos e pobres, doentes do corpo e da alma,
velhos e jovens, mulheres e crianças.
Segundo observamos, o semeador
do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as
claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento.
Humilhou-se para que nos
exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse
brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de
mensageiros, se desejasse.
Afastemo-nos, pois, das nossas
inibições e aprendamos com o Cristo a “sair para semear”.
Fonte Vida, de
Chico Xavier por Emmanuel.
Imagem: Diego Rivera
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