Reportando-se
aos espíritos transviados da luz, asseverou Paulo que têm a garganta semelhante
a sepulcro aberto e, nessa imagem, podemos emoldurar muitos companheiros,
quando se afastam da Estrada Real do Evangelho para os trilhos escabrosos do
personalismo delinqüente.
Logo
se instalam no império escuro do “eu”, olvidando as obrigações que nos situam
no Reino Divino da Universalidade, transfigura-se-lhes a garganta em verdadeiro
túmulo descerrado. Deixam escapar todo o fel envenenado que lhes transborda do
íntimo, à maneira dum vaso de lodo, e passam a sintonizar, exclusivamente, com
os males que ainda apoquentam vizinhos, amigos e companheiros.
Enxergam
apenas os defeitos, os pontos frágeis e as zonas enfermiças das pessoas de
boa-vontade que lhes partilham a marcha.
Tecem
longos comentários no exame de úlceras alheias, ao invés de curá-las.
Eliminam
precioso tempo em palestras compridas e ferinas, enegrecendo as intenções dos
outros.
Sobrecarregam
a imaginação de quadros deprimentes, nos domínios da suspeita e da intemperança
mental.
Sobretudo,
queixam-se de tudo e de todos.
Projetam
emanações entorpecentes de má-fé, estendendo o desânimo e a desconfiança contra
a prosperidade da santificação, por onde passam, crestando as flores da
esperança e aniquilando os frutos imaturos da caridade.
Semelhantes
aprendizes, profundamente desventurados pela conduta a que se acolhem,
afiguram-se-nos, de fato, sepulcros abertos...
Exalam
ruínas e tóxicos de morte.
Quando
te desviares, pois, para o resvaladiço terreno das lamentações e das acusações,
quase sempre indébitas, reconsidera os teus passos espirituais e recorda que a
nossa garganta deve ser consagrada ao bem, pois só assim se expressará, por
ela, o verbo sublime do Senhor.
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