Sim,
ele redimira a muitos...
Estendera
o amor e a verdade, a paz e a luz, levantara enfermos e ressuscitara mortos.
Entretanto,
para ele mesmo erguia-se a cruz entre ladrões.
Em
verdade, para quem se exaltara tanto, para quem atingira o pináculo, sugerindo
indiretamente a própria condição de Redentor e Rei, a queda era enorme...
Era o
Príncipe da Paz e achava-se vencido pela guerra dos interesses inferiores.
Era o
Salvador e não se salvava.
Era o
Justo e padecia a suprema injustiça.
Jazia
o Senhor flagelado e vencido.
Para o
consenso humano era a extrema perda.
Caíra,
todavia, na cruz.
Sangrando,
mas de pé.
Supliciado,
mas de braços abertos.
Relegado
ao sofrimento, mas suspenso da Terra.
Rodeado
de ódio e sarcasmo, mas de coração içado ao Amor.
Tombara,
vilipendiado e esquecido, mas, no outro dia, transformava a própria dor em
glória divina. Pendera-lhe a fronte, empastada de sangue, no madeiro, e
ressurgia, à luz do sol, ao hálito de um jardim.
Convertia-se
a derrota escura em vitória resplandecente. Cobria-se o lenho afrontoso de
claridades celestiais para a Terra inteira.
Assim
também ocorre no círculo de nossas vidas. Não tropeces no fácil triunfo ou na
auréola barata dos crucificadores. Toda vez que as circunstâncias te compelirem
a modificar o roteiro da própria vida, prefere o sacrifício de ti mesmo,
transformando a tua dor em auxílio para muitos, porque todos aqueles que recebem
a cruz, em favor dos semelhantes, descobrem o trilho da eterna ressurreição.
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