Sabia o Mestre que, até à
construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na
condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas,
todavia, “sem lugar” adequado aos sublimes ideais que entesouram.
Efetivamente, o cristão leal,
em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido:
Por destoar, quase sempre, da
coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião
de muitos.
Se exercita a humildade, é
tido à conta de covarde.
Se adota a vida simples, é
acusado pelo delito de relaxamento.
Se busca ser bondoso, é
categorizado por tolo.
Se administra dignamente, é
julgado orgulhoso.
Se obedece quanto é justo, é
considerado servil.
Se usa a tolerância, é visto
por incompetente.
Se mobiliza a energia, é
conhecido por cruel.
Se trabalha, devotado, é
interpretado por vaidoso.
Se procura melhorar-se,
assumindo responsabilidades no esforço intensivo das boas obras ou das
preleções consoladoras, é indicado por fingido.
Se tenta ajudar ao próximo,
abeirando-se da multidão, com os seus gestos de bondade espontânea, muitas
vezes é tachado de personalista e oportunista, atento aos interesses próprios.
Apesar de semelhantes
conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor.
Reconhecendo que o domicílio
de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes
prepararia lugar na vida mais alta.
Continuemos, pois, trabalhando
com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores
provisoriamente distanciados do verdadeiro lar.
“Há muitas moradas na Casa do
Pai.”
E o Cristo segue servindo,
adiante de nós.
Tenhamos fé.
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