A fé inoperante é problema
credor da melhor atenção, em todos os tempos, a fim de que os discípulos do
Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o
materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba paisagem
improdutiva.
Que diremos de um motor
precioso do qual ninguém se utiliza? de uma fonte que não se movimente para fertilizar
o campo? de uma luz que não se irradie?
Confiaremos com segurança em
determinada semente, todavia, se não a plantamos, em que redundará nossa
expectativa, senão em simples inutilidade? Sustentaremos absoluta esperança nas
obras que a tora de madeira nos fornecerá, mas se não nos dispomos a usar o
serrote e a plaina, certo a matéria-prima repousará, indefinidamente, a caminho
da desintegração.
A crença religiosa é o meio.
O apostolado é o fim.
A celeste confiança ilumina a
inteligência para que a ação benéfica se estenda, improvisando, por toda parte,
bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem puder receber uma gota de
revelação espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para
a vida superior, procure, de imediato, o posto de serviço que lhe compete, em favor
do progresso comum.
A fé, na essência, é aquele
embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através
da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma
do crente passa a viver.
Guardar, pois, o êxtase
religioso no coração, sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da
sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação,
será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as
flores inúteis das promessas brilhantes.
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