Repara que, em plena casa da
Natureza, todos os elementos, em face do mal, oferecem o melhor que possuem
para o reajustamento da harmonia e para a vitória do bem.
Quando o temporal parece haver
destruído toda a paisagem, congregam-se as forças divinas da vida para a obra
do refazimento.
O Sol envia luz sobre o
lamaçal, curando as chagas do chão.
O vento acaricia o arvoredo e
enxuga-lhe os ramos.
O cântico das aves substitui a
voz do trovão.
A planície recebe a enxurrada,
sem revoltar-se, e converte-a em adubo precioso.
O ar que suporta o peso das nuvens
e o choque da faísca destruidora, torna à leveza e à suavidade.
A árvore de frondes quebradas
ou feridas regenera-se, em silêncio, a fim de produzir novas flores e novos
frutos.
A terra, nossa mãe comum,
sofre a chuva de granizos e o banho de lodo, periodicamente, mas nem por isso
deixa de engrandecer o bem cada vez mais.
Por que conservaremos, por
nossa vez, o fel e o azedume do mal, na intimidade do coração?
Aprendamos a receber a visita
da adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida.
A ignorância é apenas uma
grande noite que cederá lugar ao sol da sabedoria.
Usa o tesouro de teu amor, em
todas as direções, e estendamos o bem por toda parte.
A fonte, quando tocada de
lama, jamais se dá por vencida. Acolhe os detritos no próprio seio e,
continuando a fluir, transforma-os em bênçãos, no curso de suas águas que
prosseguem correndo, com brandura e humildade, para benefício de todos.
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