Do
Livro dos Espíritos: Livro II : Mundo Espírita ou dos Espíritos - Capítulo 3 –
Retorno da Vida Corpórea à Vida Espiritual.
II
– Separação da Alma e do Corpo (parte 2).
158. O exemplo da larva, que primeiro se
arrasta pela terra, depois se fecha na crisálida, numa morte aparente, para
renascer numa existência brilhante, pode dar-nos uma idéia da vida terrena,
seguida do túmulo e por fim de uma nova existência?
— Uma pálida idéia. A imagem é boa, mas é necessário
não torná-la ao pé da letra, como sempre afazeis.
159. Que sensação experimenta a alma, no
momento em que se reconhece no mundo dos Espíritos?
— Depende. Se fizeste o mal com o desejo desfazê-lo,
estarás, no primeiro momento, envergonhado de o haver feito. Para ajusto, é
muito diferente: ele se sente aliviado de um grande peso porque não receia
nenhum olhar perquiridor.
160. O Espírito encontra imediatamente
aqueles que conheceu na Terra e que morreram antes dele?
— Sim, segundo a afeição que tenham mantido
reciprocamente. Quase sempre eles o vêm receber na sua volta ao mundo dos
Espíritos e o ajudam a se libertar das faixas da matéria. Vê também a muitos
que havia perdido de vista durante a passagem pela Terra; vê os que estão na
erraticidade, bem como os que se encontram encarnados, que vai visitar.
161. Na morte violenta ou acidental, quando
os órgãos ainda não se debilitaram pela idade ou pelas doenças, a separação da
alma e a cessação da vida se verificam simultaneamente?
— Geralmente é assim; mas, em todos os casos, o
instante que os separa é muito curto.
162. Após a decapitação, por exemplo, o
homem conserva por alguns instantes a consciência de si mesmo?
— Freqüentemente ele a conserva por alguns minutos,
até que a vida orgânica se extinga de uma vez. Mas muitas vezes a preocupação
da morte lhe faz perder a consciência antes do instante do suplício.
Comentário de Kardec: Não se
trata, aqui, senão da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo como
homem, por meio do corpo, e não como Espírito. Se não perdeu essa consciência
antes do suplicio, ele pode conservá-la por alguns instantes, mas de duração
muito curta, e a perde necessariamente com a vida orgânica do cérebro. Isso não
quer dizer que o períspirito esteja inteiramente desligado do corpo, mas pelo
contrário, pois, em todos os casos de morte violenta, quando esta não resulta
da extinção gradual das forças vitais, os liames que unem o corpo ao
períspirito são mais tenazes, e o desprendimento completo é mais lento.
Esse
é um trecho do Livro dos Espíritos, primeiro Livro da Codificação Espírita
feita por Allan Kardec, que estará sendo
postado aos poucos no Blog Agenda Esotérica.
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